QUEM SOMOS
Instituído em 2005 – impulsionado pela pesquisa em rede Mercados informais de solo urbano nas cidades brasileiras e acesso dos pobres ao solo, coordenado pelo professor Pedro Abramo –, o Grupo de Estudo sobre o Mercado Fundiário e Imobiliário (Gemfi) surgiu no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, integrante do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco, sob a coordenação da professora Norma Lacerda. Não sem razão os primeiros estudos estiveram voltados para o tema sobre mercados informais de solo urbano nas áreas pobres da Região Metropolitana do Recife. O objetivo era desvendar os mecanismos de funcionamento desses mercados, por meio da identificação das características da oferta e demandas; dos aspectos informacionais dos agentes e suas condutas; das especificidades dos produtos (homogêneos ou heterogêneos); das externalidades (exógenas e endógenas); além do ambiente de tomada de decisão. No primeiro momento (2005 a 2006), restringiu-se às seguintes áreas pobres: Brasília Teimosa, Mustardinha e Pilar, situadas no Recife, e Passarinho, em Olinda. A pesquisa mostra que a partir dos anos 1990, o mercado informal constitui o principal meio de acesso à moradia. Mais ainda, concluiu que o mercado informal de aluguel tinha uma importante participação quando considerada a totalidade das transações imobiliárias realizadas nessas áreas. Dos 385 imóveis pesquisados, 57,9% correspondiam a imóveis alugados (223 unidades). Diante de tal resultado, inicia-se uma nova pesquisa (2007 a 2011), com foco no mercado de aluguel, incluindo mais uma área pobre: Tabatinga, em Camaragibe. Nessa nova fase, a pesquisa identificou as normas gerais de funcionamento dos mercados de locação e mostrou as singularidade de cada um deles que, em última instância, permitiam que se estruturassem por mecanismos próprios, dependentes de suas respectivas situações, às quais os agentes se ajustavam. Isso levou a refletir sobre a impossibilidade de uma leitura econométrica dos preços realizados, bem como sobre a validade de políticas de regularização fundiária de caráter universal.
No ano de 2013 foram dados os primeiros passos para outra pesquisa, em rede, com o protagonismo do Gemfi. Diante do retorno do interesse do capital pelos centros históricos das cidades brasileiras, esse grupo de pesquisa atentou que, apesar da centralidade que passou a ter o tema centro histórico, não existiam estudos que indicassem as implicações desse retorno no mercado imobiliário dessas centralidades. Daí o pioneirismo da pesquisa Mercado Imobiliário nos Centros Históricos das Cidades Brasileiras (MICH), incluindo estudos sobre o Recife, Olinda, São Luís e Belém, o que demandou esforços de teorização sobre essa temática tão recente e tão desconhecida.
Em 2017 a pesquisa passa a abranger, além dos centros históricos, os seus respectivos entornos. Tal ampliação deveu-se não apenas em decorrência da dinâmica de ressignificação de imóveis históricos, provocada pelo retorno do interesse do capital pelos centros históricos, mas também devido ao surgimento, sem precedentes, de novas espacialidades nesse entornos, áreas com forte potencial de transformação imobiliária, seja para a produção do ‘novo’ sobre uma tabula rasa, seja para a revalorização de estruturas obsoletas e passíveis de reabilitação. Ademais passa a contemplar duas outras áreas centrais: a de João Pessoa e Campina Grande.