A pesquisa em rede intitulada Funcionamento do Mercado Imobiliário em Centros Históricos das cidades brasileiras vem sendo realizada sob a coordenação da professora Norma Lacerda (UFPE), desde março de 2013, com a participação de investigadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Universidade da Amazônia (UNAMA), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A pesquisa partiu das seguintes constatações: i) a literatura acadêmica tem tratado a questão dos centros históricos apartada da questão do funcionamento do mercado imobiliário; ii) a compreensão do funcionamento do mercado imobiliário é fundamental para o entendimento das dinâmicas socioespaciais urbanas que vêm se apresentando, sobretudo, nas duas últimas décadas nos centros históricos das cidades brasileiras. Nos últimos sete anos a pesquisa chegou a quase 100 produções acadêmicas, dentre artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. Contando, ainda, com a participação de mais de 100 pesquisadores.
RECIFE - PE
Coordenada pela professora Norma Lacerda com apoio da professora Iana Ludermir, a pesquisa vem atualmente aprofundando as análise realizadas até então pelo Gemfi a respeito do centro histórico recifense. A hipótese inicial da pesquisa era que o mercado imobiliário nesse centro funcionava a partir de quatro submercados, correspondentes a grosso modo aos quatro bairros que o abrigam: Bairro do Recife, Santo Antônio, São José e Boa Vista. Com a convicção de que esses submercados não obedeciam as fronteiras desses bairros, esse grupo de pesquisa procedeu a análise da sobreposição entre os padrões de ocupação, as funções predominantes em cada um deles, bem como as suas externalidades (positivas e negativas). A partir daí foi possível identificar seis submercados: Bairro do Recife; Santo Antônio-Guararapes; Santo Antônio-Praça do Diário; São José; Imperatriz-Rua Nova e Boa Vista. Ademais, tem sido possível averiguar, em cada submercado, as condutas dos seus agentes, tarefa que vem sendo viabilizada graças aos dados disponibilizados pela Diretoria de Patrimônio Histórico Cultura da Prefeitura do Recife (DPPC-PR), parceira do Gemfi.
PRODUÇÃO ACADÊMICA
A primeira etapa da pesquisa, desenvolvida pelo Gemfi sobre o mercado imobiliário em áreas históricas (2013-2016), se debruçou sobre o Sítio Histórico de Olinda e o Centro Histórico do Recife. Neste período, foram elaborados aproximadamente 30 trabalhos acadêmicos entre relatórios de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e artigos acadêmicos. Destacam-se as produções sobre o mercado imobiliário por temporada no Sítio Histórico de Olinda, o de compra e venda no Centro Histórico do Recife; o formal e o informal no CHR; as singularidades do de Santo Antônio, além de produções sobre as dinâmicas habitacionais nos bairros de São José e Boa Vista. Ressalte-se, mais uma vez, a presença em todos eles, de um esforço de teorização. Afinal, trata-se de um tema – mercado imobiliário em centros históricos – até então desconhecido. A partir de 2017, como registrado, o Gemfi iniciou uma nova etapa, se debruçando, ainda mais sobre o CHR, isto é, vem aumentando as suas lentes analíticas sobre as implicações do funcionamento do mercado imobiliário na dinâmica socioespacial dessa centralidade histórica.
Atualmente, a pesquisa referente ao centro histórico recifense conta com a participação de aproximadamente 20 pesquisadores e estudantes. Foram produzidos, ao longo dos últimos sete anos, aproximadamente 20 artigos acadêmicos e capítulos de livros; 20 relatórios de pesquisa de iniciação científica; e mais de 10 estudos entre dissertações, teses e trabalhos de graduação.
SÃO LUIS - MA
O Centro Histórico de São Luís do Maranhão, incluído na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1997, se caracteriza como uma das maiores extensões de arquitetura civil de direta origem europeia. Por outro lado, é um centro integrado à cidade contemporânea. Abriga, ao lado de centros culturais e museus, bares e restaurantes, centros educacionais, comércio e instituições governamentais. Em seu cotidiano e em suas festas, se misturam turistas e moradores de diferentes partes da cidade. O desafio da presença de seu patrimônio edificado é percebido não apenas pela presença insistente de imóveis e espaços públicos em condições precárias, mas, principalmente, pelas ações de reabilitação, planos e projetos que vêm sendo implementados desde a década de 1980 e que, de fato, tem contribuído para a conservação desse patrimônio.
PRODUÇÃO ACADÊMICA
O Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão participa da rede de pesquisa Mercado Imobiliário em Centros Históricos (MICH) desde 2013. Neste período envolveram-se com a pesquisa, entre bolsistas de iniciação científica e voluntários, 20 alunos da graduação. Atualmente, desenvolvem-se trabalhos de conclusão de curso e estudos sobre o Programa Nosso Centro do Governo Estadual do Maranhão, com foco no debate Habitar para Preservar.
COORDENADORES
Marluce Wall
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BELÉM - PA
Belém, capital do Estado do Pará é uma das metrópoles mais importantes da Região Amazônica. Tem um centro histórico tombado que abriga importante acervo do patrimônio cultural regional e que, diferentemente de áreas históricas centrais de diversas cidades brasileiras, mantém-se ativo e diversificado, em termos socioeconômicos, embora com alguns imóveis e espaços públicos bastante deteriorados em termos físicos. A cidade integra a rede de pesquisa Mercado Imobiliário em Centros Históricos (MICH) desde 2013, desenvolvendo estudos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Universidade da Amazônia – PPDMU-UNAMA. As pesquisas são coordenadas pela Profª Helena Lúcia Zagury Tourinho, com a participação direta do Prof. Marco Aurélio Arbage Lobo, e têm contado com a colaboração de alunos da graduação (bolsistas de iniciação cientifica e voluntários) e da pós-graduação.
PRODUÇÃO ACADÊMICA
No primeiro momento (2013-2016), a pesquisa focou no levantamento de informações socioespaciais que permitiu identificar características gerais do mercado imobiliário no Centro Histórico de Belém (CHB) e apontar seus principais agentes, o marco legal que norteia o seu funcionamento, a dinâmica de produção e modificação dos imóveis, dentre outros. Dessa fase resultou a construção de um banco de dados georreferenciado, contendo informações secundárias e coletadas em campo, que tem servido como insumo para diversos trabalhos. Além disso, foram elaborados mais de 20 trabalhos entre relatórios de iniciação científica, trabalhos de conclusã o de cur so, dissertações e artigos em revistas científicas e anais de eventos acadêmicos. A partir de 2017, em função da constatação empírica do crescente papel desempenhado por grupos de comerciantes asiáticos na ocupação dos imóveis do CHB, sobretudo no bairro da Campina, o grupo direcionou seus estudos para entender, dimensionar e caracterizar tais processos de ocupação, identificando as lógicas socioespaciais de atuação desses grupos e as transformações que promove. No período de 2017-2019 foram produzidos, aproximadamente, 20 trabalhos entre artigos acadêmicos, capítulo de livro, relatórios de pesquisa de iniciação científica, dissertações e trabalhos de conclusão de curso. N o presen te, a pesquisa caminha no sentido de formar a base empírica e teórica para analisar as implicações dessas mudanças no funcionamento do mercado imobiliário. Para isso conta a participação de 3 alunos da pós-graduação.
COORDENADORES
Helena Tourinho
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CAMPINA GRANDE - PB
Campina Grande, segunda cidade mais populosa do estado da Paraíba e importante centro regional, passou a integrar a Rede de estudos sobre o Mercado Imobiliário em Centros Históricos nas cidades brasileiras (MICH) no ano de 2017. A pesquisa vem sendo desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa Produção da Habitação e da Cidade (GPHEC) do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Coordenada pela professora Kainara dos Anjos e com a colaboração de alunos de iniciação científica, bolsistas e voluntários, a pesquisa vem procurando incorporar as contribuições teóricas e metodológicas desenvolvidas pelo Gemfi. Vale salientar que o caso do Centro Histórico de Campina Grande (CHCG) possui uma característica distinta das grandes cidades brasileiras, em razão de sua permanência como principal centralidade urbana do município. Embora o CHCG tenha vivido nas últimas décadas distintos processos, ora de valorização, ora de desvalorização, o mesmo ainda apresenta importante acervo Art Déco. Por esse motivo, seu processo de degradação também é diferenciado, privilegiando as atividades comerciais em detrimento da conservação do patrimônio edificado, bem como o esvaziamento do uso habitacional.
PRODUÇÃO ACADÊMICA
No primeiro ano de pesquisa (2017 -2018), buscou-se compreender os mecanismos de funcionamento do mercado imobiliário no CHCG, dada a inexistência de pesquisas neste âmbito e a necessidade de averiguar as dinâmicas espaciais e os processos de transformação identificados nessa área. Nesse sentido, foi realizada uma ampla caracterização do centro histórico e entorno. No segundo ano (2018 – 2019), o objetivo foi verificar as implicações na dinâmica espacial do mercado imobiliário no CHCG e desvendar como a emergência de “novas fronteiras” de valorização do capital imobiliário tem repercutido no mesmo, buscando identificar os padrões de ocupação, bem como os submercados existentes. No terceiro ano (2019 – 2020), pretende-se compreender os fatores que levam a valorização de determinadas áreas centrais e subutilização de outras, bem como o aumento do preço da terra, contribuindo para modificações nos usos antes predominantes em determinadas áreas (habitação) por outros (comércio e serviço). Também pretende compreender de que forma estes processos e transformações relacionam-se com as novas formas de morar surgidas nas últimas décadas, principalmente no entorno do CHCG. Atualmente, a pesquisa conta com uma aluna bolsista de iniciação científica e sete alunos voluntários.
COORDENADORES
Kainara dos Anjos
JOÃO PESSOA - PB
A pesquisa vem sendo desenvolvida sob a coordenação da Profa. Dra. Jovanka Baracuhy C. Scocuglia, com apoio da doutoranda Lizia Agra (MDU/UFPE) no LECCUR – Laboratório de Estudos sobre Cidades, Culturas Contemporâneas e Urbanidades e ao DAU/PPGAU/UFPB. Foca na dinâmica do mercado imobiliário do Centro Histórico de João Pessoa, definido através de poligonais de preservação pelos órgãos federal e estadual (IPHAN e IPHAEP) para discutir os mercados formais e informais de ocupação e comercialização dos imóveis habitacionais no centro de João Pessoa, bem como identificar usos e apropriações, verificando as implicações referentes à localização e à tipologia dos imóveis. Encontra-se na fase de levantamento e análise de dados, tendo sido iniciada no ano de 2018, ano de ingresso da equipe. Foram identificados usos e estado de conservação, verificando quais são as novas formas que o mercado imobiliário vem assumindo na área central e quais os processos recorrentes que possam caracterizar estes mercados em atuação simultaneamente. Refletimos sobre a influência dos projetos de intervenção realizados no patrimônio cultural sobre o mercado imobiliário local, especialmente aqueles promovidos pelo Estado. Uma parte significativa dos dados recentes foram levantados no âmbito do PIBIC/PIVIC/UFPB/CNPq e da elaboração da tese de doutorado da Profa. Lizia Agra, em andamento, e encontram-se em processo de análise. Estes dados foram georreferencias, tabelados e elaborados gráficos e análises preliminares dos mesmos.
PRODUÇÃO ACADÊMICA
A primeira etapa da pesquisa objetivou o embasamento teórico e a construção de referencial. Na sequência, a construção de banco de dados históricos, com catalogação das referências específicas ao tema, arquivos e demais documentos, cartografias e imagens que guiaram, em parte, a construção do levantamento histórico, identificando as estruturas físicas e imobiliárias e tipológicas e um panorama de renda, características de moradores, mobilidade socioespacial do Centro Histórico de João Pessoa. Em paralelo, iniciou-se o levantamento de campo, coletando e produzindo mapas com dados que associados respondem ao padrão de ocupação, além de catalogação cartográfica do uso e ocupação da área e grau de preservação.Por meio dos levantamentos de campo e consultas nos sites do ramo imobiliário (vivareal e zapimoveis), além consultas à órgãos oficiais locais no gerenciamento de informações foi possível o conhecimento do valor do metro quadrado no ano de 2013 e, desde o ano de 2018, os valores e localização dos imóveis disponíveis para aluguel e venda, ofertados nos principais sites, são listados em planilhas e mapas. À esses se somou uma pesquisa dos novos empreendimentos, dados que foram listados em planilhas com características tipológicas e referenciados geograficamente. Com isso, foi elaborada uma classificação destes imóveis e o cruzamento com dados do IBGE. Em termos de produção acadêmica, foi apresentado o andamento da pesquisa no seminário do GEMFI (2019), dois relatórios de pesquisas de iniciação científica apresentados ao CNPQ e ao ENIC/CNPq/UFPB (2019), também publicados nos Cadernos de Resumos (on line) do referido evento e um capítulo de livro em e-book.